A gestão de resíduos é um tema cada vez mais importante nas organizações, tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. Além disso, esse trabalho está fortemente relacionado à imagem da empresa perante investidores e consumidores.
Neste artigo vamos abordar cinco práticas essenciais para otimizar processos e reduzir a geração de resíduos. Confira:
- Classificar os resíduos gerados;
- Analisar a legislação ambiental;
- Implementar métodos de reciclagem e reutilização;
- Otimizar processos para reduzir a geração de resíduos;
- Escolher fornecedores adequados.
1. Classificar os resíduos gerados
O primeiro passo para uma boa gestão de resíduos é identificar e classificá-los segundo suas características e particularidades:
Resíduos sólidos
São aqueles que não possuem mais utilidade para a empresa e precisam ser descartados. Podem ser divididos em:
- orgânicos: derivados de materiais de origem biológica, como restos de alimentos, folhas e grama, esses resíduos são compostáveis e, quando tratados adequadamente, podem ser transformados em adubo orgânico e usados para fertilizar o solo;
- inorgânicos: aqueles que não são derivados de materiais biológicos, como plásticos, metais e vidros, que podem levar décadas ou até mesmo séculos para se decompor na natureza.
Resíduos líquidos
São os que possuem uma fase líquida predominante e podem ser divididos em:
- efluentes industriais: águas residuais geradas pelas atividades industriais e que podem conter substâncias tóxicas, metais pesados, produtos químicos e outros poluentes prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente;
- águas de lavagem: resultam da limpeza de superfícies, equipamentos, utensílios e instalações em geral, e podem conter detergentes, produtos químicos, sujeira e outras substâncias contaminantes;
- águas pluviais: águas da chuva que podem se tornar poluídas caso entrem em contato com substâncias químicas ou materiais tóxicos presentes nas superfícies urbanas.
Resíduos gasosos
Gerados pela queima de combustíveis e pela atividade industrial, esses resíduos podem causar impactos negativos na saúde humana e no meio ambiente. Entre eles, podemos citar:
- Dióxido de carbono (CO2);
- Monóxido de carbono (CO);
- Dióxido de enxofre (SO2);
- Óxidos de nitrogênio (NOx);
- Metano (CH4).
2. Analisar a legislação ambiental
Outra prática essencial para a gestão de resíduos é analisar a legislação ambiental em vigor e verificar que medidas precisam ser tomadas para evitar possíveis sanções e multas. Dentre as principais dispositivos legais brasileiros relacionadas ao tema, destacamos as seguintes:
- Resolução nº 430/2011 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que estabelece os padrões de qualidade para o lançamento de efluentes em corpos d’água;
- Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que estabelece diretrizes para a gestão integrada e o gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo a responsabilidade compartilhada entre governo, empresas e população;
- Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), que estabelece as diretrizes e os instrumentos para a gestão dos recursos hídricos no país;
- Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), que define os crimes contra o meio ambiente e suas penalidades.
3. Implementar métodos de reciclagem e reutilização
A implementação de métodos de reciclagem e reutilização contribui para a preservação do meio ambiente e ainda pode gerar economia para as organizações, reduzindo a necessidade de compra de matéria-prima e o descarte de resíduos. Tais práticas estão relacionadas aos conceitos de economia circular e logística reversa.
A reciclagem consiste na transformação dos resíduos em novos produtos ou matérias-primas, enquanto a reutilização diz respeito ao reaproveitamento de resíduos em outros processos produtivos.
O reúso de água, por exemplo, permite economizar água potável, minimizar os impactos ambientais decorrentes da captação e descarte de recursos hídricos.
4. Otimizar processos para reduzir a geração de resíduos
Os processos produtivos podem ser otimizados pela adoção de medidas voltadas à eficiência energética e redução de desperdícios. No caso específico do tratamento de efluentes, a aplicação de tecnologias mais eficientes e menos poluentes pode reduzir significativamente o impacto ambiental.
Além disso, a conscientização dos colaboradores é fundamental. É preciso incentivar práticas como a separação de resíduos, a redução do consumo de energia e água e a utilização de materiais menos poluentes.
5. Escolher fornecedores adequados
Por fim, a escolha de fornecedores adequados é essencial para a gestão de resíduos. Seus parceiros comerciais precisam estar alinhados às boas práticas ambientais e implementar medidas adequadas em suas próprias operações, portanto, é importante estabelecer critérios de seleção. Verifique se o fornecedor:
- possui certificações ambientais reconhecidas que atestem o compromisso da empresa com a gestão ambiental;
- conta com uma política ambiental clara e bem definida;
- adota práticas de conservação de recursos naturais, como a redução do consumo de água e energia;
- é transparente em relação às suas práticas ambientais, compartilhando informações sobre seu desempenho ambiental e divulgando relatórios de sustentabilidade.
Esses critérios também têm sido utilizados por investidores para direcionar recursos a empreendimentos sustentáveis. Para saber mais sobre isso, confira nosso artigo sobre o conceito de ESG e como implementá-lo.